tag:blogger.com,1999:blog-12089647074177048672024-03-14T11:10:29.427-03:00Memórias EtéreasTamyris kortschinskihttp://www.blogger.com/profile/11917044691898603127noreply@blogger.comBlogger48125tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-60299201952949717002013-01-10T04:01:00.000-02:002013-01-10T04:01:30.179-02:00Não é você, sou eu. <br />
Por meses andei com correntes amarradas em minhas pernas, na ponta de cada conjunto de nós metálicos havia um peso que eu supostamente havia roubado de alguém. Mas não o fiz, o peso nunca foi tomado, apenas equilibrado em dois pares de mãos trêmulas por um tempo, até que eu me sentisse confortável pra encarar a situação.<br />
<br />
Achava que a culpa era dele. Ele quem havia caido em minhas expectativas, ele quem havia mentido, ele quem havia escondido, ele quem tinha sido um alguém comigo e um outro quando eu não podia vê-lo. E no inicio foi, eu me senti ser puxada tentando resgatar alguém ao dar as mãos. Mas desde então a decisão de me atar ao fundo daquele lugar hibrido foi profunda e completamente minha.<br />
<br />
O arrependimento cobria todos as nossas ligações, uma mistura de arrependimento e mágoa. De ambas as partes, por ter acreditado, por ter mentido. E ainda assim eu não fui capaz de superar... por tanto tempo. Por tanto tempo não fui capaz de perceber que a mágoa que parasitava dentro de mim já não era pelo erro dele simplesmente. Mas pela descrença em tudo que eu acreditava passar aos outros.<br />
<br />
Eu achava que fazia os outros felizes, que passava segurança, que minha honestidade faria com que quisessem me abrigar, me acolher. Achava que poderia ensinar a amar da forma mais pura, sem dor, sem pesar. E ele me provou que eu talvez jamais tivesse sido capaz de coisa alguma. Ele não se sentia nem um pouco seguro ao meu lado.<br />
<br />
Doi tudo, mas o que dói mesmo é imaginar que eu não emitia aquilo que eu achava, dói pensar que eu não sou capaz do que queria. Doi lembrar que ele não recebia o que eu achava dar. E que então ele não teve por que se importar. Não teve motivos pra achar que precisava ter cautela. Eu nunca fui, enfim, alguém que precisasse ser protegido e confiado. Nunca fui quem eu achava ser. Nunca fui capaz. Nunca soube ser. É isso que dói, não ter sido capaz de provar a pureza na minha tentativa. Porque eu tentei... mas nunca soube mostrar.<br />
<br />
E hoje eu sei o preço a se pagar pelas grandes expectativas. Há uma frase popular sobre colocar pequenos sonhos em grandes pessoas, e um dia descobrir que grandes mesmos eram os sonhos e as pessoas eram pequenas. Ele não me desapontou. Eu sim.<br />
Tamyris kortschinskihttp://www.blogger.com/profile/11917044691898603127noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-39675573392901062982012-11-21T14:38:00.002-02:002012-11-21T14:39:46.456-02:00Bobo é aquele que olha o horizonte enquanto um mar imenso se estende a sua frente. Sabe o que é o horizonte? Aquilo que vai estar sempre ali, distante, não importa onde você esteja.<br />
<br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW3DUitJrY08FvdMbUvDeVznYGK5kwgfNe7bF-JwLv5d9CK2zjIcETySSAfFUSDLf5Bey8HQG_U1RBRWkbygqMXShPlgB5EfJ4oiyU9RhG2_1nMz8AC4lKlCirTywZJ0Yva_UtBkizs6w/s1600/3707318182_1bbb19a1aa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW3DUitJrY08FvdMbUvDeVznYGK5kwgfNe7bF-JwLv5d9CK2zjIcETySSAfFUSDLf5Bey8HQG_U1RBRWkbygqMXShPlgB5EfJ4oiyU9RhG2_1nMz8AC4lKlCirTywZJ0Yva_UtBkizs6w/s400/3707318182_1bbb19a1aa.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><img alt="Copyright" height="15" src="http://l.yimg.com/g/images/icon_all_rights.png" style="background-color: #fefefe; border: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left; vertical-align: middle;" width="15" /><span style="background-color: #fefefe; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;"> Todos os direitos reservados a </span><span style="background-color: #fefefe; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.59375px; text-align: left;">Vitor Kosaka (</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.59375px;">http://www.flickr.com/photos/whltravel/3707318182)</span></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span class="apple-style-span"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
Tamyris kortschinskihttp://www.blogger.com/profile/11917044691898603127noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-23611376304398553002011-09-13T20:17:00.002-03:002011-09-13T20:24:19.508-03:00Sonho-flor<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMf6xBSD7QrJH4EZ6E8ecX8pEZEKuEaGhINFLfLmSpKilZ0ExHqe1CPM6ZUFtzusbgSoyaSytovFaYA441lexMxKPhezq0FU9pPgFFnaPvsoK0ggIf-MGefpKus0LdFmLpg86fblTKG0uj/s1600/2920742861_2bb9e4f93f.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMf6xBSD7QrJH4EZ6E8ecX8pEZEKuEaGhINFLfLmSpKilZ0ExHqe1CPM6ZUFtzusbgSoyaSytovFaYA441lexMxKPhezq0FU9pPgFFnaPvsoK0ggIf-MGefpKus0LdFmLpg86fblTKG0uj/s320/2920742861_2bb9e4f93f.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5651988830738997650" /></a><div style="text-align: justify;">ㅤㅤㅤFoi-se o tempo do recolhimento, foi-se o tempo do pranto invisível. Eu, borboleta, incrível eu. Os homens se juntavam para me observar, rastejando sigilosamente pelos campos de batalha. E rastejava eu pelo verde que me embriagava, sem nem ligar ou me preocupar com o prestar de contas que teria eu ao pós-metamorfose. Até a fase de mudança nunca ousavam me tocar, e outras vezes passava despercebida. Na procura do conforto acolhi-me ao desconhecido canto que parecia — ah, mas parecia muito — com os campos abertos em que nasci.</div><div style="text-align: justify;">ㅤㅤㅤApós me fechar por tanto tempo dentro dos muros que eu mesma fiz, sentia as asas se tremerem de dor pedindo para sair. A agonia consumia meus pensamentos de forma até... engraçada. Até que recuperasse as forças, ousei sonhar com o mundo lá de fora. E quando finalmente pus os pés ao ar contemplado pelo “resto”, ao bater asas como nunca antes, alcançando alturas e visões que nunca sonhei ter, me permiti dançar sobre as luzes claras daquela manhã. Farfalhando canções e ousando embelezar o que pudesse ver, me aproximei de tudo que tinha medo, parecia que nunca mais passava sem que olhassem. Comicamente tentavam me tocar, me alcançar. Eu via graça naquela busca, o que eu poderia proporcionar afinal? </div><div style="text-align: justify;">ㅤㅤㅤAos poucos meu tamanho foi transformando o local em insuficiente, em pequeno, e eu queria... como queria... ir além das placas de vidraças que me prendiam aquele lugar. Recolhi as asas azuis, pois, só o frio eu me permitia sentir. Eu queria voar mais, para bem longe daquele lugar. Passei noites contemplando aquele céu, almejando aquele voo. E sem nem perceber o tempo se modificando, subestimei a mim e a todos os outros. </div><div style="text-align: justify;">ㅤㅤㅤNo amanhecer de outras torturas um sentimento novo parecia rachar a secura que aquele lugar me havia permitido construir (<i>dentro de mim</i>). E eu me permitir voar, por mais que não pudesse ultrapassar todos aqueles limites. Me manter tão quieta foi como tirar o senso crítico dos meus olhos, ou eu havia adquirido alguma deficiência quanto as dimensões. Essa jaula é tão... imensa, misteriosa e não totalmente decifrada. Na tentativa de tocar o sol a impotência tensionou meus passos e imobilizou minhas asas. Como eu pude enxergar tão longe o horizonte e mal perceber o mar que se estendia diante de mim? Alcei voo encantadamente, e sem ponderar sobre as dores que ousaria ter, entendi que o tempo não iria parar porque me enferrujara. Que venha a meta desses dias longos, pois, deste por de sol adiante buscarei as flores mais altas, ou até mais baixas. Caçarei sorrisos. Buscarei uma flor pra contemplar. </div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-26399658463018453622011-07-26T00:15:00.003-03:002011-09-13T20:26:06.739-03:00<div style="text-align: justify;">ㅤㅤㅤMalditas sejam as lagrimas vencidas, agrupadas e frias que se fortalecem dentro de mim. Eu jurei nunca tropeçar frente a todos eles, eu jurei a mim mesma que iria carregar os troncos amarrados em minhas costas sem pestanejar. Mas eu preciso colocar isso pra fora de mim, antes que se torne outro ciclo amargurado.</div><div style="text-align: justify;">ㅤㅤㅤAs lágrimas quentes que se escondem, se esfriam. E frias se acumulam amolecendo por dentro aquilo que um dia se fez forte. E esquecidas congelam o interior que um dia se provou esperançoso. E quando eu começo a procurar o calor exterior... ninguém entende o que aconteceu por dentro. E a secura vai se mostrando o melhor ambiente, o silêncio torna-se amigável, a distância torna-se aparente.</div><div style="text-align: justify;">ㅤㅤㅤQuando o rio morno aparecer outra vez, quando os nervos se inflamarem e tudo mais do corpo se fatigar enquanto trêmulo. Um grito vai ecoar pelas entranhas do espirito. E todas as lágrimas se tornarão quentes, e toda mágoa ferverá. Existirão olhos que brilham numa tristeza sonolenta, e outros pares de olhos que se mergulham em compaixão. O corpo pequeno vai se angustiar, até que por fora tudo possa sorrir.</div><div style="text-align: justify;">ㅤㅤㅤDeixa por favor isso sair de mim então. Deixa que isso não venha a acontecer, que esse corpo não venha a desabar, que essa fé não venha a desaparecer, que essas lágrimas encontrem segurança pra sair. É sempre mais fácil quebrar um copo trincado, então que trinque as lágrimas e se mantenha o copo. Porque só assim se afasta a solidão.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-43294767467804286772011-06-22T23:54:00.000-03:002011-06-22T23:55:04.312-03:00ㅤㅤㅤMeu coração pesa nos braços de um relógio obsoleto. O mesmo pulsa envergonhado, amedrontado pelo fogo da vivência. Se desespera na incerteza da resposta e chora ao me ouvir falar. Só eu sei o quanto pesa carregar de mãos atadas, sobre o penhasco da timidez, um coração tão enrolado. Só eu sei o quanto dói entregar com falsa tranquilidade amor que deveria ser meu. <br />ㅤㅤㅤO Relógio está parado, o ponteiro está correndo e o tempo passa devagar. Se enrijece outra vez, coração, pois, o fundo do poço aguado tem vindo a mim como lembrança bucólica e despreocupada, lá ao menos o vento da vida não passava por mim. <br /><br />ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ... Nada passava também<br />ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSem fé ou amor, só dor desconhecida...<br /><br />Dor que se finge estranha, pro outro não conhecer, não reconhecer fantasiada, de amor. Com medo de perder, então a prende e não mostra.<br /><br />E se perde, a perde. <br /><br />E se isola, fica só<br />ㅤㅤㅤㅤㅤㅤE é só<br />ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSó amor.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-53309928121532588382011-04-08T20:22:00.005-03:002011-04-08T20:28:49.628-03:00<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Regalia que me cega inutilmente. No confortar-se com os repugnantes modos vejo-me hoje sem saída, sem respaldo. Perdida num campo de rosas minadas, que mimadas com minhas trevas relutantes não se cansam nunca dessa vida sem pudor.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></span>Um só segundo agindo inutilmente, do mesmo modo que sempre foi, e então tremendas horas suspirantes fazendo-me cansar daquilo que eu mesma havia me tornado. Afinal de contas, sou eu aquela que vejo no espelho quando estou a sós, cá com meus devaneios de loucura ou de medo do fogo que consome o mundo, ou aquela em chamas, perdida num espaço vago de amargos gestos? </div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> </span>É de doer tanto que me sinto prendendo lágrimas pra fingir estar bem. O que tanto via nessa vida repleta de passividades? Vejo-me em dois distintos meios, querendo sempre pender pra um lado apenas, mas me prendendo um tanto no outro por medo da agonia de estar só em meio a tantos antes companheiros. </div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Diz-me o que dizer, Elo grande que hoje me conforta. É tudo que peço aos mais altos céus que possam me ouvir. Pois hoje me sinto usada, por um lado meu que tento aos prantos apagar. Divino alegre que me acalenta, sou tua e jamais serei deles. Ainda que outrora jamais, também, tenha sido. Um só membro do outro lado do muro é o suficiente para fazê-lo sorrir, aquela besta que brandamente arde em seu fogo que assassina. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-2371981130927513062011-03-15T21:08:00.003-03:002011-09-13T20:26:40.631-03:00Viagem Homérica<div style="text-align: justify;">Queria eu fazer resplandecer do seu rancor um amor tão puro quanto o meu. E tocar-te os olhos com os meus sem que o frio que se intensifica dentro de mim tenha medo de transparecer. Hoje eu me perco em devaneios, que por tão pouco não me fazem mal. Em meio a uma linha, uma frase, uma música; perde-se minha mente, que encontra em tão claro sonho pensamentos seus, que talvez jamais irão existir. Volto a vida com um piscar pesado, concentrando me outra vez naquilo que desapareceu porque simplesmente você me dominou. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Queria encontrar frases de encorajamento em todos os possíveis lugares encantadores. A literatura podia me encurralar, acusando meus sentimentos e me forçando a admitir o escudo protetor em que me entranhei só pra proteger de ti o meu frágil coração. As vezes até me vêm bons exemplos. E sempre me vem o medo de perder, mas nunca a coragem pra gritar.</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sabe você como é temer? Prender-se a uma verdade nua e crua, querendo levantar voo e impedida pelos pés colados ao concreto real? Temo tanto te perder que prefiro te perder aos poucos sem que ninguém saiba, ao invés de te perder de vez com um simples falar, contar... revelar. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se me fosse permitido, eu te diria tudo que sei. Coisas que você sabe e eu sei. Que você nem sabe que eu sei. Coisas que você mal imagina, ou que talvez já saiba e apenas não diga. Que por humildade você nem pense em dizer. Todos já passaram por esse mar de subtendido... onde você jamais conta o que se passa por trás, só por medo de ter entendido errado. É aquele medo de levantar a mão e interpretar um poema, e apesar de definitivamente alguns concordarem com a sua visão, o cara lá da frente de dizer que está errado, que não foi isso que o autor quis dizer. “Mas boa criatividade a sua”. </div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu espero com veemência que um dia chegue a entender. E se me viesse uma oportunidade, eu lhe contaria tudo que se passa por trás, aquilo tudo que você já sabe. Aquilo que escorrega pela nossa voz entre as risadas, mas que nunca ameaçamos e nem pensamos dizer. Ainda que isso me fizesse destrambelhar as pernas, e que em diante eu desejasse estar tropega diante da vida. Só pra saber sem intermédios... eu seria capaz. Só pra entender você. Só pra compreender você. Só pra poder te admirar livremente e pra conseguir direcionar outra palavra a você. Ainda que isso significasse dor e uma sucessão de ignorâncias de sua parte. Só pra me colocar em meio a vida de verdade, não em meio a sonhos. Pra poder admitir os arrepios da sua presença. E pra poder deixar rolar pra fora toda tristeza sem vergonha ou medo do seu descobrir. Aquilo que voltou a me inspirar é a homérico, meu bem, que tanto tenho entre segundos... que me faz sorrir ainda em meio a tanta saudade, daquilo que nunca foi meu.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-76513316718717949702011-01-25T18:08:00.003-02:002011-09-13T20:28:39.081-03:00Tontura<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE9WAdgMYT6kQqHRO_SuCLfTaz9ulUaUZq05xOmKKoF8Gu9z6TxmTud4deMSV42GKsgqwqq-WtSUbUBkLP-VlslZqFq0HfCirikPl_qfa5IWAxVwyX17BReEdOU5umNWimABYXps4NZs2B/s1600/5374239449_30a2817816.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="text-align: justify;display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; cursor: pointer; width: 320px; height: 216px; " src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE9WAdgMYT6kQqHRO_SuCLfTaz9ulUaUZq05xOmKKoF8Gu9z6TxmTud4deMSV42GKsgqwqq-WtSUbUBkLP-VlslZqFq0HfCirikPl_qfa5IWAxVwyX17BReEdOU5umNWimABYXps4NZs2B/s320/5374239449_30a2817816.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5566221727948764722" /></a><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A terça feira amanheceu de forma revigorada, eu resolvi levantar cedo. Não que eu houvesse decidido que despertaria antes dos pratos trincarem na mesa e minha mãe exclamar que o almoço estava pronto. Eu não decido isso. É como se meu corpo se separasse de mim nessas horas, ele desperta quando sua recarga calórica está completa e as palpebras não pesam mais para abrir. Ou quando alguém o assusta. Por mais que nesse caso meu corpo seja superior a minha alma, outro corpo sempre seria superior a ele. O despertador não tocou oito horas como eu havia programado, e isso me deixou irritada. Eu acordei por invólucro do exterior, o telefone dela havia tocado e minha mãe remarcava o dentista daquele dia para a quarta. Meus olhos não abriram mas meu ouvido estava atento, meus sentidos também. Fiquei transtornada com o meu cansaço. Eu não havia feito nada no dia anterior, nada estressante para meus músculos, nada. Esse cansaço não era do meu corpo, era meu. Minha alma estava estressada com alguma coisa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">— Que horas são? — a voz ressoou.</div><div style="text-align: justify;">Eu não esperava ficar ciente da resposta, a outra voz estava no objeto plástico sem fio recostado no ouvido dela. Estava me preparando pra jogar o braço ao lado, torcendo pra acertar o tato no meu celular traira pra descobrir o que eu não havia escutado.</div><div style="text-align: justify;">— Oito e vinte? Ah... marca pras nove de amanhã então.</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Parece que a necessidade de confirmação me salvou do esforço desnecessário. É engraçado, se minha alma se cansa meu corpo parece nem existir, fica pesado. E quando meu corpo se cansa minha alma reluta contra isso, mas ele continua pesado. A massa sempre ganha. Lembrei o que me afetava, eu estava apaixonada. E ao que minha memória refletia, não era correspondida. Então eu estava sem vontade de levantar, hum? Que se dane, vou levantar este peso morto da cama e vou colocar ele para trabalhar. A melhor forma de compensar o cansaço da alma, pra mim, sempre foi fatigar o corpo. Parece que um bom chá de adrenalina me coloca na linha com a realidade. Eu coloquei as mesmas músicas de sempre pra tocar, posicionei a bicicleta ergometrica em frente ao espelho e comecei a andar e a cantarolar pensando no quanto eu não podia pensar nele. Meu quarto está uma bagunça. Quando será que finalmente vão reformar esta droga? Esse não é meu quarto é o quarto da aurea negra e depressiva que me envolvia. Numa contradição meio estranha meu quarto era absolutamente colorido. E isso... ah... isso me estressava. Nada como entrar num local colorido que zombava de você com suas reluzencias quando tudo que você queria era dormir eternamente. Eu queria combiná-lo com minha nova aurea neo-clássica. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de alguns exercicios no chão, eu me deitei nele, completamente. Fiquei observando o verniz desgastado do taco no chão. Depois as estrelas de plástico coladas no teto. Isso não tem absolutamente nada a ver comigo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando levantei, creio que fui rápida demais. Me deu uma espécie de tontura, eu senti que se tentasse andar cambalearia de forma lenta e cairia no chão. Tudo começou a ficar branco, eu fechei os olhos e esperei a sensação de desmaio passar. Não desmaiei, que bom. Isso ocorre com frenquência, as vezes fico pensando se eu não tenho algum defeito cerebral e eu não sei. Talvez eu descubra isso daqui a alguns anos quando eu estiver entrando quase em coma e vá parar pela segunda vez num livro médico sobre doenças raras. Mas... Aquela sensação foi um pouco melhor que a adrenalina da agitação. Foi tipo o oposto. A mesma sensação de fatigação prazerosa, só que da alma, não do corpo. E aquilo foi maravilhoso. Meu corpo é agitado, então se manja na energia. E minha alma é tão calma, mas tão calma... que foi capaz de se deliciar com a sensação da agitação do corpo sumir. Depois de ler um pouco, aconteceu outra vez. Quando eu levantei a tontura veio, mas eu me deixei saborear. Me apoei na porta, fechei os olhos, vi tudo branco, meu corpo amoleceu. Maravilhoso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É melhor do que ficar duas horas na cama acordada sem vontade de levantar. É melhor que chorar quando algo ruim acontece. É melhor que a sensação do fio dental rasgando a gengiva com força. </div><div style="text-align: justify;">É sentir seu corpo e sua alma se dissiparem, ver o corpo morrer enquanto você está de pé. Os sentidos sumirem. Mas você sente que está lá no mesmo lugar. É como fechar os olhos numa praia, de madrugada, e só ouvir o que a natureza tenta lhe falar. A tontura dos meus dias é minha válvula de escape para as dores da realidade, é delicioso sair desse mundo sem mover musculo algum.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-89897109150711211362011-01-11T23:45:00.003-02:002011-09-13T20:29:52.798-03:00Bel(L)a árvore.<div style="text-align: justify;">Quando eu era pequena, um anjo me acolheu. Um anjo com galhos fortes, folhas verdinhas e com frutos tão maduros quanto os meus. Ele afagou meus cabelos quando eu estava estressada, ou até mesmo cansada. Sibilou enquanto eu tentava assobiar. Remexeu-se em movimentos doces enquanto eu rodopiava a sua volta sentindo o vento me tocar. Deixou que suas folhas queimassem ao sol só pra me proteger do calor, alimentou-me com doces e com um amor que eu jamais havia conhecido. Num dia nublado eu corri para debaixo de seus galhos tentando me proteger da onda de dores que pingaria do céu, mas ele sorriu pra mim e se abriu, posicionou seus galhos para que a a água fria dançasse para baixo e mergulhasse por fora de mim. Me cantou uma canção e me fez adorar. Eu nunca gostaria tanto da chuva se ela não me lembrasse sempre a sua presença. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Anjo me fez saborear essas dores e lágrimas, me disse que não importava o quão seca eu aparecia na cidade grande, a chuva ainda estaria lá encharcando todas aquelas árvores, meus afagos, minhas sombras. Me ensinou a enfrentar, a deixar que a água me tocasse e me magoasse até o fim. Para que ao surgir do sol eu não me escondesse, me deitasse lá deixando ele tirar de mim todo aquele sufoco. Me ensinou a aceitar e a prosseguir, ao invez de me esconder. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dizem que anjos não tem sexo, raça ou voz. E então, que faço eu se diante de meus olhos vejo uma Bella, uma bela árvore que tanto me protege? Seria um anjo bobo que caminhando numa nuvem se deixou cair na terra e se apaixonou? Não tenho duvidas sobre os milagres que seus olhos e palavras já fizeram dentro de mim. Mas por favor, pai de todas as arvores, a coisa que eu mais quero prometida nesse mundo. É que esse anjo, anja, jamais seja tirado de mim. Sabe aquele afago que a gente sente falta quando se está só em meio a multidão? Os braços da minha anja me lembram que tantos outros anjos tenho eu, para que o medo de cair no poço se os mil corpos podem me segurar?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-style:italic;"><div style="text-align: justify;">Para Bella, a melhor amiga do mundo.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnagZfqUfleIKNJwJf5V-1aVmEVlXMJBfPsvxN1386xJA91TtsdUOuRQd_IeoTTXv2R1MdQthCyciSCW-p10RjDifZlLzIWM15wRQzegVuM6b6NLgzt4l2yLwCZNrCjlol_3tGdn0fXyIY/s1600/Relic%25C3%25A1rio+%252884%2529.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="text-align: justify;display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px; " src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnagZfqUfleIKNJwJf5V-1aVmEVlXMJBfPsvxN1386xJA91TtsdUOuRQd_IeoTTXv2R1MdQthCyciSCW-p10RjDifZlLzIWM15wRQzegVuM6b6NLgzt4l2yLwCZNrCjlol_3tGdn0fXyIY/s320/Relic%25C3%25A1rio+%252884%2529.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5561111320803256770" /></a>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-57458292073090174582010-11-22T15:20:00.000-02:002015-05-11T19:36:59.779-03:00Semeia. Flor, que divina encobre campos <br />
Antes escaldados na dor. <br />
Que tem espinhos que encantam, <br />
Que se faz musa do rancor.<br />
Dói-me tanto abster-me da idéia<br />
De sua beleza florescendo em minha vida.<br />
Deveras invejo suas sementes espalhadas por aí<br />
Pois em minha’alma seca <br />
Não ousaram sorrir.<br />
Tanto tento fazer dela broto meu<br />
E frustro-me com o imparcial de seu fulgor<br />
Diante de tanto desejo meu.<br />
Tantos são os grãos jogados<br />
E pouco deles foram regados a ponto de florescer.<br />
Mas quem dera aos donos que lhe fosse permitido.<br />
Pois tantas vezes foi meu próprio sol<br />
Quem os proíbiu de crescer.<br />
Por vezes até vieram, floresceram e encantaram.<br />
Mas seus espinhos me espantaram, <br />
— pela insegurança que toma a mim —<br />
Ousei chamá-las de mal<br />
Cortei o mal pela raiz. <br />
Queria eu um regador, que me fizesse almejar<br />
Um pranto de dor, de desejo de flor.<br />
Regador de cores foscas, alegres ou sem nada.<br />
Apenas um sem furos, cheinho d’água.<br />
Só pra calar meu medo com a sedução<br />
E fazer deixar crescer em mim a flor.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-56336183675997384592010-11-08T14:18:00.002-02:002010-11-08T14:19:57.669-02:00Sobre um poeta.Deriva de suas dores linhas revisadas<br />De um pranto que se cala frente aos olhos<br />Uma rosa sem viço é um poema <br />Que nasce de um vão sem sentimentos. <br /><br />Sua rosas são repletas de falácias<br />Oriundas do extremo de suas dores<br />Pétalas que mostram desprazeres<br />Amores elevados como um toldo<br /><br />Quase digno de pena ele se torna<br />Ao calar as suas crenças com o medo<br />Medo este de perder a musa amada<br />Musa esta inspiradora de seu ode. <br /><br />Tão confuso ele se torna como artista<br />Ao pensar que suas rosas são verdades<br />E não apenas quadros de limites<br />Dados pelo Pai para salvar-lhe.<br /><br />O dissabor de um amor ele entende<br />Como o vento que uma vela apaga.<br />Mas quem a vela apaga sopra um vento<br />Um vento sobrehumano, lá do céu.<br /><br />E ele nada é diante Dele,<br />Quem é ele pr'apagar a vela?<br />É só poeta portador de mente, <br />Que sofre a beça com um fim não desejado.<br /><br />E ele nada é diante Dele.<br />Quem é ele pr'apagar a vida?<br />Alguém que teme o passar do tempo,<br />É só mais um que o amor cega.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-22916528696312075972010-11-06T22:41:00.001-02:002010-11-06T22:43:13.143-02:00Oh, computador.Hoje venho lhe contar sobre a solidão. <br /><span style="font-style:italic;">— Senta aí.</span><br />Sento-me sim, mas sento-me sozinho... ainda que me acompanhe. <br /><span style="font-style:italic;">— Fala. </span><br />Semana passada quebrei três copos de cristais, mas, foi assim sabe? Bem a toa. Só por quebrar. Foi num daqueles momentos que nos bate raiva desesperançosa, dá vontade de acabar com tudo, de quebrar o mundo. Eu que não sou disso admito desespero. Me encontrei viciada nos ponteiros do relógio, imaginando onde meu amor estava, o que estava fazendo, eu me sentia insegura. Sabe aquele medo que bate? então, meus dedos estavam navegando pelas letras, me sentia tocando uma música triste num piano desafinado, não saia nada de bom. Só rascunhos, mas eu sempre vivi disso, você sabe bem. Eu e meus rascunhos que as vezes ouso chamar de arte. Enfim, criei alguns poemas, um era soneto, os outros estavam sem forma. Acho que tavam mais pra prosa dividida, sabe? Quando você tá sem paciência pra verificar pontuação e sabe que se for escrever um texto vai enfiar vírgula onde não deve, ai você pula pra outra linha e tá tudo resolvido. Vira poema! Como eu dizia, ele devia estar em algum lugar sorrindo a beça, sem nem pensar em mim, sem nem me imaginar lá deitada chorando, calculando palavras e frases massantes pra colocar na redação cortada. E eu fiquei me perguntando depois porque eu chorava tanto, porque eu rezava tanto, porque eu tinha tanto medo de perder esse amor. <br />— ...<br />As vezes eu queria que você pudesse me responder. Só você, nem eu, lembra as tantas palavras que apaguei. Só tu conhece os rascunhos embriagados, as frases que apaguei com medo que lessem e descobrissem a verdade passada dentro de mim. Porque, sabe como é... o mais legal de ser escritor é ouvir as mil interpretações e só ter meias verdades. É poder dizer "Ah, eu sei o que a frase quis dizer, fui eu que fiz". Vai todo mundo tentar entender, colocar num fato, mas só você lembra porque escreveu aquilo. É o mistério entre eu, você e você. Você papel, você palavras, eu sozinha. Engraçado te chamar de papel, tá mais pra quadro branco eletrônico. Mas, então... voltando a seriedade da coisa — se é que existiu alguma — seria bom saber se meu amor ao menos pensa em mim. Se ele me imagina, como eu o imagino. Se ele perde noite numa viajem propensa à insônia, a olheiras no dia seguinte. Se ele desperta de manhã tentando imaginar minha face. Será que eu já passei por ele na rua?<br />— ...<br />Ai, que solidão. <br />Nem tu tem nada pra dizer. Nada pra falar, e nem pode. To ficando maluca de querer exigir uma resposta. É. Só sei que tá de noite, a madrugada vai chegar e eu vou lembrar de coisas que não aconteceram entre eu e um alguém que eu não conheci, e que talvez mal tenha desejado nascer. To sozinha e só. Sonhando com um tal alguém, que talvez jamais me venha aparecer. O bom de tudo sabe qual é? Eu posso fingir que tu é ele, e você pode me responder com palavras doces e encantadoras, me dizendo beldades delicadas, se mostrando sensível o bastante pra me fazer apaixonar. Uma pena que eu saiba disso tudo. Se eu bebesse mais, ou melhor, se eu bebesse algo, talvez eu acreditasse na sua presença, é. Só talvez, só talvez. <br />— ...<br />Vou me deitar... que o sono bate a minha a porta. E fique você sabendo que um dia terei tanta mágoa que não virei de visitar, não lhe contarei com sinceridade o que tem ocorrido em minha vida, de mim nada saberás. E... quando isso ocorrer, você vai ficar bem. Mas vai estar tão só quanto eu, ou talvez eu esteja mais. Não interessa, só o que sei é que... Obrigada pelo espaço. <br />— <span style="font-style:italic;">Bonne nuit, mademoiselle.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-29802734202544175932010-11-06T22:16:00.001-02:002010-11-06T22:16:49.235-02:00Hoje acordei no desassosego<br />O viço que refletia no espelho, sumiu.<br />Me surgiu a tremedeira matinal<br />— Tens razão, tá tudo opaco. <br /><br />No espelho refletiu só sólidão<br />Daquelas longas de marinheiros perdidos.<br />Que cantam solitários acompanhados<br />só do mar, do som do mar. <br /><br />Bateu a vontade de escrever,<br />as peçanhas desse amor perdido<br />Mas perdido mesmo acho que estou eu.<br /><br />É, toda a razão.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-51361226740910953332010-10-27T20:47:00.006-02:002010-10-28T19:51:54.183-02:00O nosso lema é o Amor.ㅤㅤㅤNa vida todo mundo recebe uma cruz, algumas mais pesadas do que outras. A carregamos com uma coroa de defeitos e levando milhões de chibatadas. Achar-se suficiente para suportar é o maior erro a ser cometido. Sozinho todos tropeçam e caem, contudo, dentro de todo mundo há um sentimento que se transforma em força extra para ajudar a carregar a cruz do outro, por mais pesada que seja a nossa, ou a dele. <br />ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤEsse sentimento é conhecido como amor.<br /><br />Trabalho de história, Professor Guilherme. <br />Era em trio, mas minhas duas amigas estavam doentes, não foram. Eu estava tremendo quando peguei o envelope pra saber, curiosa, qual seria o meu trabalho. Me deparei com o pedido mais encantador que poderia ter recebido "Escrevam no quadro um texto com o lema da vida de vocês". Baseado numa conversa longa que tive com uma das minhas melhores amigas — e parte do trio — criei o texto acima. É definitivamente o lema de NOSSAS vidas. ♥Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-72388983081972443542010-09-19T16:54:00.006-03:002010-09-19T17:04:52.255-03:00Amor, só.ㅤㅤㅤMeu coração pesa nos braços de um relógio obsoleto. O mesmo pulsa envergonhado, amedrontado pelo fogo da vivência. Se desespera na incerteza da resposta e chora ao me ouvir falar. Só eu sei o quanto pesa carregar de mãos atadas, sobre o penhasco da timidez, um coração tão enrolado. Só eu sei o quanto dói entregar com falsa tranquilidade amor que deveria ser meu. <br />ㅤㅤㅤO Relógio está parado, o ponteiro está correndo e o tempo passa devagar. Se enrijece outra vez, coração, pois, o fundo do poço aguado tem vindo a mim como lembrança bucólica e despreocupada, lá ao menos o vento da vida não passava por mim. <br /><br />ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ... Nada passava também<br />ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSem fé ou amor, só dor desconhecida...<br /><br />Dor que se finge estranha, pro outro não conhecer, não reconhecer fantasiada, de amor. Com medo de perder, então a prende e não mostra.<br /><br />E se perde, a perde. <br /><br />E se isola, fica só<br />ㅤㅤㅤㅤㅤㅤE é só<br />ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSó amor.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-12021528462465602102010-08-15T18:07:00.003-03:002010-08-15T18:12:23.613-03:00"ㅤㅤㅤEu tentei gritar, mas não me ouvem. O grito ecoa no ouvido de todos, mas é só uma tristeza... É claro que é! Não vamos ser estúpidos. Eu sou nova e penso em suicídio. Isso deve ser fase, mas é profundo demais para que acabe. Eu só não me enxergo, já disse. Tenho medo do mundo e de todos que vivem nele, não tenho confiança em ninguém. A minha mente é louca, se toma em surtos, qualquer um pode instintivamente se aproveitar, e não será culpa de ninguém senão da espécie. Mas é um medo irreal, tampouco me aproveito de situações, estou mesmo gostando de sofrer... Afinal de contas, é preciso se adaptar a vida que se tem. “Se a vida te der limões, faça uma limonada”... É o que o ditado diz... Se a minha vida me dá desgostos, farei um prato amargo para me alimentar. E é assim que tem que ser, não é?"<br /><br /><span style="font-style:italic;">Não, não é.<br />Resolvi postar, pois tenho medo de voltar a isso. É um trecho antigo de um texto que escrevi, que achei no blog de uma desconhecida. Tenho medo de sentir uma dor tão forte novamente, a pontod e que eu ache que a devo aceitar.</span><br /><br />http://escrivaninhaparticular.blogspot.com/2009/12/eu-tentei-gritar-mas-nao-me-ouvem.htmlUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-69727292410137318612010-08-04T15:40:00.006-03:002010-08-04T16:09:10.827-03:00Apenas Amor.Este é o primeiro texto escolar que será colocado neste blog, provavelmente o primeiro de poucos. Colocarei aqui pois achei o assunto de muitíssima importância em minha vida, e usei argumentos dos aceitáveis até os menos usados. É uma AVD de religião, o texto é argumentativo, pouco lírico — que é mais a minha praia — mas ainda assim considero, hoje, um dos meus melhores. Pelo conteúdo e significado que tem para mim. Foram feitas as seguintes perguntas na proposta do trabalho:<br /><br />"Ainda Há espaço para Crer em Deus? Para onde estamos caminhando? Aonde isto nos levará? Como isso repercute nossa vida?"<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglqwIFybDpjqkv0NR9avPxsQgAu8XFH1JobV1-QrY4LdbgoJiGJsddw7MyIqTA6L5BXdtWPhXrT24WqCVIxe8XQSaYO0B6Qu9HVoDHZJYvwPynPghZX29D9mL9Tw_QoKK2OHY8n11cGKEW/s1600/5.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 270px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglqwIFybDpjqkv0NR9avPxsQgAu8XFH1JobV1-QrY4LdbgoJiGJsddw7MyIqTA6L5BXdtWPhXrT24WqCVIxe8XQSaYO0B6Qu9HVoDHZJYvwPynPghZX29D9mL9Tw_QoKK2OHY8n11cGKEW/s400/5.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5501631795339720370" /></a><br /><br />Desde muitos séculos atrás o ser humano é perseguido pelo chamado Materialismo, no qual temos cada vez mais o desejo de ter posse material. Esta busca desenfreada afasta o ser humano de Deus sim, pois, como o conhecido trecho bíblico — e tema da campanha da Fraternidade deste ano de 2010 — diz, “não se pode servir a Deus e ao Dinheiro”. <br /><br />É fácil de entender, em meio aos problemas ambientais que o mundo tem enfrentado; milhares de pessoas morrem por dia, casas são destruídas, mares invadem terra e assim por diante. Então, se estamos num local e somos avisados que em poucos minutos ele estará debaixo do mar queremos sair o mais depressa de lá, porém, há poucos e pequenos barcos. Em um grupo de doze pessoas, se cada um levar suas posses materiais, apenas seis caberá num bote, ou seja, para se salvar é preciso abandonar os objetos e valorizar as pessoas. Quem ainda assim decidir por ficar com seus pesos a mais nos bolsos permanecerá na terra esperando a morte vir. <br /><br />O materialismo pode nos afastar de Deus, do amor, das pessoas, mas jamais tornará nada disso inútil. Pode-se ter toda a tecnologia mais avançada, mas energia elétrica sozinha não supre a necessidade do homem. É preciso se igualar a todo e qualquer ser humano da terra, de toda e qualquer cor, de toda e qualquer religião, se igualar aos que tem crença e aos que não tem. Verdadeiramente não importa em qual Deus, energia ou ser vivo é colocada a Fé de cada um, mas o verdadeiramente importante é resumir a maior força universal ao amor. Sem luz não se vive, sem água não se vive, sem sangue não se vive e sem amor também não. Não importa a que é direcionado esse amor, nem o tipo, se é à pessoas, à animais, à crenças, não importa. O que derruba uma vida é achar que se pode amar um pedaço material duro e oco, que se pode viver apenas disso.<br /> <br />Ultimamente temos caminhado cada vez mais para a Luxuria, vaidade e ignorância. São poucos os que se afastam dos prazeres egoístas e realizam a entrega do amor ao próximo, a entrega da luta pelo mundo. Tantos erros foram cometidos pelo homem e hoje ele só sabe chorar pelo que fez. Chorar e temer não é o errado, errado é achar que porque o mundo está chegando ao fim do poço deve-se comer demais, buscar satisfazer egocentricamente e de forma egoísta a si próprio e esquecer de olhar nos olhos daqueles que sempre estiveram ao nosso lado. Amar a si mesmo passa longe de esquecer o mundo. <br /><br />Quando alguém não acredita em Deus, esqueça a nomeação e pergunte “Você acredita no amor? Então ame.” Não se pode amar um objeto, pois ele nunca o amará de volta. Se apenas uma pessoa existisse em todo o mundo não haveria necessidade de celulares, intelectualidade, computadores, roupas. Tudo que foi, é e será criado nesse mundo é com o intuito de aproximar cada vez mais as pessoas, de dar funcionalidade a vida. Um ser sozinho na terra só viveria se não pensasse, pois sentiria falta de algo que não conheceu, falta de um outro alguém para mostrar suas habilidades, para se comunicar através de um telefone ou computador, para demonstrar seus belos movimentos sobre um palco, para ensinar e compartilhar sua sabedoria, para olhar nos olhos e sentir um bendito hormônio circular por seu corpo causando um nervosismo conhecido por todos.<br /> <br />Um ser sozinho não é ninguém, duas pessoas sozinhas são tudo. E onde fica o mal no meio disso tudo? É fácil de entender, o mal surge quando um de dois descobre o prazer e ao contrário de dar seu amor ao outro e querer que este outro sinta o prazer, seja lá de que tipo for, é procurar sua própria felicidade passando por cima do outro, um alguém sozinho não é nada. Quando alguém tentar passar um ano sozinho, longe de todos que já conheceu ou poderia conhecer esse alguém enlouquecerá, amar somente a si é dar as costas para o mundo, e quando se dá as costas para o mundo, você não o vê, vê apenas o vazio e o vazio é a agonia, é a solidão, é o medo, é o escuro, é a depressão. Quando se está sozinho num lugar sem luz o medo nos toma de nos paralisar, quando estamos com um outro alguém nos tornamos um tanto mais corajosos, porque simplesmente sabemos que no meio de tudo que não vemos tem alguém, não é um vão, não é um nada. Ninguém é verdadeiramente autosuficiente. <br /><br />O que chamamos de Deus é o que conhecemos por amor, ninguém vê uma imagem, mas a sente, ninguém ouve o som, mas o sente, ninguém sabe verdadeiramente explicar, mas todos conhecem. Todos tememos, todos queremos, todos algum dia quisemos nos afastar dele, todos algum dia quisemos que isso sumisse e afirmamos “não existe”, mas sempre nos tornamos infelizes sem, sentimos falta de alguma coisa, perdemos o rumo do mundo. Quer saber o que é inferno? Se afaste de todos os seres vivos, tranque-se numa enorme casa quadrada e minimalista de metal com milhões de tecnologias, conheça a inutilidade disso tudo. Quando morremos levamos conosco aquilo que mais amamos, amarrado em nossos corpos ficam correntes presas ao que afirmamos que não viveríamos sem. É isso que é o inferno, um lugar vazio, uma solidão dentro de nós e a sensação de que há alguma coisa linda lá fora, mas que você não ouve e nem vê... porque na vida você nunca quis sentir. O inferno do morto é o ócio da vida. <br /><br />“Há quatro perguntas de valor na vida... O que é sagrado? De que é feito o espírito? O que é importante na vida, e por que vale a pena morrer? A resposta para cada uma é a mesma.” <a href="http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=105025235">http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=105025235</a>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-62429549291006822562010-08-02T14:55:00.004-03:002010-08-02T15:16:54.397-03:00A Viagem metafórica.<a href="http://www.youtube.com/watch?v=m4kRciR7Eo4">www.youtube.com/watch?v=m4kRciR7Eo4</a><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBOfevNAmzk8AbG5obruk1cx0HrQ6QfwtucofAdFKwe6rx1ZtpJB5PjezoGzkrZxsNETiNI_Lh7qosjhSAUR9OFs03lRnPVfre_SYpix_cKCkwUKJP8lX3EmjvkpyeHo3i1M3pvV_J61hz/s1600/imagem.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 233px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBOfevNAmzk8AbG5obruk1cx0HrQ6QfwtucofAdFKwe6rx1ZtpJB5PjezoGzkrZxsNETiNI_Lh7qosjhSAUR9OFs03lRnPVfre_SYpix_cKCkwUKJP8lX3EmjvkpyeHo3i1M3pvV_J61hz/s400/imagem.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5500873820163804578" /></a><br /><br /> A delicada jovem se divertia ao inverno provando das insípidas e geladas gotas de neve enquanto sua mãe procurava certificar-se que ali havia segurança, olhava com atenção para cada passo dado pela doce menina.<br /><br /> A Mulher, que pouco da vida sabia, muito sabia sobre sua cria. Mas muito jamais poderia representar um todo. Encontrava-se diante de um campo de batalha, com uma corrente e apenas uma chave, milhões de possibilidades corriam sob seus olhos, entretanto, só uma lhe convinha. Sentia que devia dar segurança, conhecimento e felicidade para a pequena, mas tinha plena noção de que salvar a jovem alma implicava no esquecimento de muitos dos seus poucos grandiosos sonhos, talvez de todos. Como o de uma bela e significativa viagem.<br /><br /> Ao receber uma passagem para um distante, magnífico — e jamais conhecido por ela — lugar, ela tinha uma decisão a tomar. Pegar suas malas, abrir um sorriso e atravessar as escadas sem olhar para trás, pois se olhasse provavelmente voltaria. Ou entregar, sem hesitar, a passagem nas mãos da pequena. Como progenitora procurava cumprir bem seu importante papel. Jamais optaria pela primeira opção, deu à filha as passagens sem pestanejar. A ajudou a preparar as malas, comprou roupas novas, embelezou sua alma e seu exterior, lutou com veemência para que a pequenina tivesse uma boa estrutura para agüentar os balanços da viagem. <br /><br /> Após o partir do objeto voador carregou consigo uma rotina de lágrimas entorpecentes. Sentava-se frente à janela barroca do segundo andar e lia as cartas e cartões postais da jovenzinha deixando que lágrimas congeladas rolassem por seu rosto repleto de sonhos guardados. Observava as fotos ensolaradas com panos leves dançantes em meio à um solo coberto de coloridas flores, que poderiam murchar deveras a qualquer momento mas que necessitariam de apenas um tanto pouco de água para voltarem a brilhar espalhando um odor provavelmente suave e amadeirado. Comparava as violetas orquídeas Bambu com a árvore lívida e fria, repousada em seu quintal bruto e grotesco, que gemia tortuosamente todas as noites não a deixando dormir em paz. <br /><br /> A mãe, porém, jamais soltaria sequer um suspiro isento de intranqüilidade caso estivesse nos mais belos e cheirosos campos, pois, imaginar alguém a quem tanto dedicou seu amor sentada, sozinha e chorosa lhe traria desassossego e lágrimas que penderiam para todos os cantos de sua jornada. Ela jamais viajaria se para isso tivesse de passar por cima daqueles que a amavam, daqueles que ela amava. E se mergulhar num poço de infelicidade faria com que colhesse sorrisos nos rostos de quem a observa ela iria ao mais fundo dos poços.<br /><br />“<span style="font-style:italic;">A Viagem... Jamais deve ser entendida como uma viagem qualquer. Mas como um grande sentimento que encurrala todo ser humano algum dia, que denuncia suas fraquezas e o coloca em estado de extrema vulnerabilidade diante do condutor da viagem. A viagem pode ser turbulenta, a viagem trará boas lembranças ainda que acabe, boas e ruins. O importante da viagem e vê-la com os olhos de um romântico, e dramaticamente eufórico perceber que a Viagem não passa nada mais nada menos do que um poder que toma o coração de um ser humano. Mãe e filha representam simplesmente alguém que entrega sua vida pela vida de um outro alguém, alguém que se mata afogado para segurar nas costas, ao alto, para fora do mar, aquele que quer ver feliz respirando do mais puro e leve ar.</span>”Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-18657449633682355362010-04-27T17:34:00.001-03:002010-04-27T17:58:10.579-03:00Senhor, minha alma grita.<a href="http://www.youtube.com/watch?v=kdvTb81B5Gw">http://www.youtube.com/watch?v=kdvTb81B5Gw</a><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCC4khTKbPu4hAUjzUk7goB2YLdk6woG_0uuBY0odmvnp1R0j1MEwwiH95Xpy6Ks5tLyqnMu35HbE9Rql9kR0UwEDLVXqlqnEkjOA1Cs7VV4RET680mhTcv3JtQ-hwf9c2vXHtbbFoLKx8/s1600/4018691391_dae5d22fc8_o.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCC4khTKbPu4hAUjzUk7goB2YLdk6woG_0uuBY0odmvnp1R0j1MEwwiH95Xpy6Ks5tLyqnMu35HbE9Rql9kR0UwEDLVXqlqnEkjOA1Cs7VV4RET680mhTcv3JtQ-hwf9c2vXHtbbFoLKx8/s400/4018691391_dae5d22fc8_o.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5464924407653160754" /></a><br /><br />Hoje, senhor, não lhe peço conhecimento. Não lhe peço coragem, não lhe peço silêncio. Quero apenas sorrir, sozinha e encantada com o vento, recostada em uma cadeira desconfortável, lembrando de tudo que fez por mim. Quero respirar esse ar levinho que me está rondando, deslizar os dedos pelo teclado e escrever qualquer coisa como quem toca um belo e branco piano de calda. E degustar minhas palavras como o pianista faz com sua música. Quero saborear o amargo e o doce, a agitação de cada ritmo, de cada palavra. Quero queimar a pontinha da língua com uma bebida quente, e então afastar o objeto e fechar os lábios com dor. Fechar os olhos em meio segundo e abrir bem devagar. Beber um copo com água morna, daquela jarra que acabou de ser cheia e colocada dentro de geladeira, e pensar em como poderia estar gelada. <br /><br />Quero, senhor... errar um desenho. Me olhar no espelho e não gostar do que vejo. Sentar na cama macia e não me satisfazer com o quarto que tenho, olhar a minha volta e imaginar o cantinho perfeito. Pegar uma prova de história e ver que tirei menos que sete, me entristecer. Observar minhas unhas com um ar de orgulho apaixonado, feliz por vê-las crescer como sempre desejei, e me desanimar ao me deparar com algumas quebradas. Quero sorrir e saber que meu sorriso não é tão bonito, tocar minha face e pensar em algum método cirúrgico para diminuir meu nariz. Quero deitar na cama sozinha e lembrar em como é não me apaixonar, em como é não saber se gosta ou não de alguém.<br /><br />Hoje, meu Deus, vou enrolar meus joelhos com meus próprios braços; vou molhá-los com minhas lágrimas frias enquanto roço de leve meus dentes na pele. Vou chorar baixinho, evitando sons, com medo de que alguém que passa pelo lado de fora da porta entre e me venha questionar o humor. Vou orar cantando enquanto a cachoeira segue seu caminho pelos olhos abatidos. Vou respirar fundo pedindo, não por mim, mas pelos meus amigos. Vou me sentir mal por quem sou e pelo que tenho. Vou sentir correr nas veias o sangue de séculos revestido de guerra e dor. E então... quero sentir o cheiro da chuva do lado de fora, quero olhar para o chão com olhos marejados e ver as linhas do taco embaçadas. <br /><br />Eu quero, senhor, hoje... Lhe agradecer por me amar. Por amar uma frágil menina que nunca de verdade age com todo seu potencial, que tem medo de ir mais alto porque sabe que pode desafinar. Por ouvir todas as noites o meu choro inconformado, ainda que a culpa de tudo seja do homem, e não sua. Quero lhe agradecer, pai de tudo, pela energia boa que me traz. Por desafiar uma ciência de atração, e me trazer uma sensação boa quando tudo que emito são pensamentos sobre o lado negativo de viver. Quero te amar, meu Pai, porque me amas. Quero me entregar, meu Pai, porque sou fraca. Quero sorrir, meu Deus, porque hoje choro em seu colo. Porque grito seu nome e quando o faço sinto sua mão me acalmar. Sinto você me dando seu coração e acalmando o sangue que pulsava agitado em mim. Quero, senhor... seguir os passos de um filho teu. Ainda que eu seja crucificada no final, meu Pai, eu vou sangrar pelo amor. E eu vou amar cada um que me rejeitar um dia, assim como você, Paizinho, ama a mim.<br /><br />Senhor... Obrigada por amar uma alma tão triste e insatisfeita.Unknownnoreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-33268213118261842202010-04-09T19:03:00.001-03:002010-04-09T19:26:19.545-03:00As dores da morte de um pequenino.Ouvir durante a leitura: <a href="http://www.youtube.com/watch?v=kCvVTLWKS_U">http://www.youtube.com/watch?v=kCvVTLWKS_U</a><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigZSZz_Kjdejm5zFSs_fYBerqgpb3t-_8yFWBLJWAOBmXi4EEuBz9eLa4BSKN3qTNUU4J02z5hKI-BJGPtdiu54wuU8pv9qvd8qztf_9zmC56QV7L-LYv0Czqf9ktIwyU_N2gsg2cbFCMU/s1600/Untitled+1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 263px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigZSZz_Kjdejm5zFSs_fYBerqgpb3t-_8yFWBLJWAOBmXi4EEuBz9eLa4BSKN3qTNUU4J02z5hKI-BJGPtdiu54wuU8pv9qvd8qztf_9zmC56QV7L-LYv0Czqf9ktIwyU_N2gsg2cbFCMU/s400/Untitled+1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5458267128413907890" /></a><br /><br />Mais um tranquilo dia chuvoso, ao som de Yann tiersen, summer 78, encontrava-se sentada sobre os lençóis pálidos da cama. Observava a chuva ao lado de fora, chamando-a para a procura. Há horas estava feito uma estátua virada em direção à janela, mudando apenas poucos detalhes de movimento corporal. Respirava fundo, mas calmamente. Deixara as lágrimas rolarem uma a uma, num silêncio de adormecer qualquer um. Aqueles marejados olhos cor de mel estavam cansados, as pálpebras como chumbo demoravam-se fechadas quando piscava. Era assim durante todo o inverno, em um dia qualquer, aleatóriamente escolhido por sua mente inconformada.<br /><br />Havia preparado os dois pedaços de pão quente amanteigados, sem casca, tendo um sobre si uma doce colher de mel derramada. O chá de hortelã preparado tão calmamente, assobiava enquanto a água fina da torneira caía levemente dentro da xícara de porcelana. Abrira o pequenino pacote com uma cachoeira querendo sair por seus olhos, carregando um sorriso que vacilava. Duas colheres de açúcar, sentada sobre a mesa velha e sem pano, rodava a colher dentro do líquido quente e cheiroso. Colocou os objetos na mesinha de cabeceira, e lá estava ela sentada.<br /><br />Dava olhadas escondidas para o relógio obscuro no canto da parede, encolhida com seus braços em volta de suas pernas, cantarolava baixas canções de ninar, e as lágrimas começavam a descer feito uma forte correnteza num campo livre, verde e sereno. Ela sabia que nenhuma criança passaria pela rua com uma capinha esverdeada e livrinhos por sobre a cabeça segurados com a mão, mas imaginava toda a história que deveria ter ocorrido naquele dia. Fechava os olhos e ouvir a porta se abrir, as gotas batendo forte contra o chão, aporta sendo fechada com força, passos pequeninos pela escada, olhos castanhos arregalados... "mamãe". <br /><br />Se enrolavam num abraço e ele pedia licença. Ela saia do quarto e começava a preparar a banheira de água quente, enquanto o pequenino comia com pressa as torradas e bebia com vontade o chá quase frio. Como ela queria que fosse verdade. Passando a mão sobre a água quente, tentava ouvir a voz... mas era respondida com a chuva e a solidão vinda do quarto que a poucos deixara. As lágrimas prosseguiam com sua caminhada, ela levantou-se e foi até o quarto. Seu coração era tomado de dor, e pulsava saudade, ao observar a xícara cheia e o prato não tocado. Envolvendo à si mesma com seus braços, recostava-se a parede gelada e observava os bonecos que zombavam de sua tristeza, seus olhos passavam devagar pelas roupinhas dobradas sobre a estante. <br /><br />Era essa a dor de todos os invernos, a dor que pedia por remédios para que o sono viesse. A dor de não saber para onde foi, de não saber como está, de imaginar a pequena prole encolhida há anos em um pequeno canto da floresta próxima, pegando a chuva, a neve, o sol. E sem saber voltar para casa. Tudo que ela desejava no mundo se resumia a uma coisa: Ver o menino molhado passando pela porta. Sempre muito doce e dedicada, sua ida fora entregue aquele pequeno cristal sorridente, e uma simples rua molhada fez ir embora o motivo de cada respirar seu. Mais um longo sussurro e novamente estava ela deitada, surrada e sozinha na cama macia de seu falecido filho amado.<br /><br />"<span style="font-style:italic;">Volte para mim, volte</span>."Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-26855443041980927472010-04-09T17:21:00.003-03:002010-04-09T17:21:59.005-03:00Preso em atos se ostenta insano,<br />Da saudade se revela fúnebre.<br />Tomado em gotas, mas se converte em prantos;<br />Corroído pela perda se atribui ao chão.<br /><br />Quando perto gaba-se de encanto,<br />Na distância se coloca em fado.<br />Tomado de amor, mas se esconde em anos;<br />Corroído por eles usa de negação.<br /><br />Onde um fogo se demonstra humano,<br />E do tempo se declara súdito.<br />Tomado pelo medo, mas se arrisca em danos;<br />Corroído de vontade diz-se ser paixão.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-69321937781819915762010-04-09T17:21:00.001-03:002010-04-09T17:21:42.224-03:00Ao ser humano mais doentio que melhor conheço, eu.Estou me perdendo novamente.<br />O abstrato começa a me ser atrativo, porém trai à mim com segredos do meu subconsciente. Alguns sentimentos voltam a tona, algumas angustias reaparecem, sentimentos que não reconheço surgem em minha mente, me trazem dúvidas, me trazem desgosto. É aqui que me rendo, aprendi a lidar com milhares das dores a que convivi, mas essa nova eu desconheço. Não sei se é positiva e sinto-me insegura. Temo que seja mais um acúmulo, mais uma de minhas neuras, mais uma nova doença psicológica para minha coleção. O que me dói mais é que eu tenho a impressão de que estou me enganando, uma ansiedade com a qual não sei lidar. A pressão intelectual me consome a todo tempo, são horas raciocinando benditos, e bem malditos, trabalhos criativos. E o meu tempo para onde vai? Parece tão curto, como sempre o vi. Só espero imensamente que eu não esteja mergulhando lentamente, outra vez, no profundo poço que para alimentar sua chama necessita de uma dose diária... de Lítio.<br /><br />Tudo o que eu tenho a dizer é "Bem vindo 2010, ao seu novo problema gravíssimo".Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-62447233978600801822010-04-09T17:20:00.000-03:002010-04-09T17:21:09.687-03:00Dizer adeus para o que já se foi.Você pode até dizer que ninguém terá um amor tão suave e belo como o teu, mas ele foi amargamente desgastado no caminho à minha nova paixão. Podemos ficar horas discutindo o quanto estamos perdendo com essa minha decisão, mas eu cansei de deixar de lado a diferença da sua gota para o meu cristalino e doce oceano. Antes eu preferia estar contigo, mesmo que fosse preciso milhões de multiplicações para que seus sentimentos se igualassem ao meu, mas estou cansada de conviver com isso, porque agora o seu amor está tão distante que é quase como um sumiço. Estou me prendendo pelo a toa e isso não está de bom tamanho. Você não precisa dizer adeus com tanto drama e nem precisa jogar todos os seus ciúmes sobre os meus pensamentos. Eu nunca fui tua e essa decisão esteve sempre em suas mãos. O agora está tomando a frente de todas as minhas vontades e desejos. Já não quero viver pelo nada constante, ou ainda menos pelo amor distante que um dia me proporcionou. Você virou a marca de um passado quase bom. Eu gostaria de ser única, e disso você não foi capaz. O que me resta basta, como uma base para tentar crescer.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Ai, consegui recuperar meu blog, amém.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-54286921878329362512010-03-09T20:58:00.000-03:002010-03-09T20:59:43.058-03:00Contorno.Esse é um poema de <a href="http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=12054296469193150259">Amábile Baudelaire</a>, cujo me identifico muito com. Aliás, me identifico perfeitamente.<br /><br />Sabe, alma<br />eu tentei entender-te<br />eu tentei encher o impossível<br />e tu me negas como se não fosses minha!<br />Eu ando meio morta, meio pó<br />meio o caco de vidro do copo que caiu no chão...<br />Não te culpo por seres assim<br />mas quero um pouco de paz em mim<br />já que amor eu não tenho, não.<br /><br />Eu tenho andado meio só<br />sem sentido algum!<br />Às vezes penso que estou ficando louca<br />- e deveras, estou - <br />mas penso depois que é besteira<br />para não piorar o que ando sendo.<br />Se eu der-te alguém, aceitarás? <br />Deixa dessa coisa de nada-me-completa-nunca<br />e me faz sentir menos vento por dentro. <br />É só um pedido, já que não sou eu a dona de ti.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1208964707417704867.post-68747664432781875482010-03-08T14:16:00.000-03:002010-03-08T19:36:32.536-03:00O novelo de lã.“Pra começo de tudo, eu jamais deveria ter escrito carta alguma.” <br /><br />Assim começava um novo e longo farfalhar de folhas finas e amareladas. Havia naquele belíssimo rosto um desgosto tremendo em ler e pegar naqueles papéis, ele estava repetindo o fragmento pela quinta vez seguida, analisando minuciosamente cada palavrinha escrita, e ainda assim não acreditava que aquela frase ou até mesmo aquela segunda carta existisse. Puxava o ar para os pulmões com o desejo de uma criança que tem fome e que só o que vê pela frente é um latão cheio de lixos tóxicos, respirava por necessidade. Soltava suspirando, era quase um gemido. Apoiou o rosto pesado nas mãos, fechou os olhos e tentou se concentrar na pequena folha rosada que havia lido há menos de um mês atrás. Pensou no humor daquela manhã, respirou levemente buscando o aroma adocicado, da lembrança dos cabelos lisos entrelaçados em seus dedos, que ousara impregnar na carta, mas só o que conseguiu foi o cheiro da madeira que velha e desgastada descansava recostando-se ao maldito papel de parede encardido. Abriu os olhos e releu a primeira carta, permitindo às lágrimas que rolassem livres pelo rosto magro. Novamente tentou sentir o perfume, mas inalou apenas o indiferente do papel. <br /><br />Desamparado ele deixou a verdade infiltrar em seu âmago sentindo uma das dores mais delicadas, porém das mais fortes que poderia imaginar para aquela situação. Mentalizou a primeira frase e seguiu os olhos marejados pela poeira que restava de um romance. Todas as palavras eram secas, frias. Como em um daqueles bilhetes escolares que nunca entregava para sua mãe onde a situação era dura demais para que que houvessem interjeições humorísticas ou sujeitos disfarçados em apelidos carinhos, a única coisa pela qual era chamado era de “você”, acompanhado de alguns adjetivos que ele preferia fingir não ver. <br /><br />Ele percebeu dentro de si mesmo uma característica que jamais seu orgulho permitiria que fosse explanada a qualquer pessoa.Estava na carta, ela inconscientemente sempre soube e após duas semanas e meia de terapias percebeu o que ele não admitia. “... Um orgulho desiquilibrado acompanhado de uma carência absurda, que eu supri todos esses anos, você... Maldito”. Mudou de posição treze vezes, bebeu dois copos d'água no primeiro parágrafo e seus dedos não paravam de bater, um seguido do outro, no móvel rústico e escuro da sala. Passou os olhos pela última frase antes de ler o que estava acima dela, coberto por uma ansiedade horrenda, amassou a folha e a defenestrou antes de realmente ler a ultima frase. <br /><br />“Não pense que estou e abandonando, é para o meu e o seu bem, faça uma terapia, você precisa mais do que qualquer um. E vê se dá um jeito nesse seu orgulho imbecil, eu gosto de você, e apesar de saber do seu amor e da sua necessidade, eu não POSSO parar a minha vida, desculpe. Merecemos alguém melhor.” <br /><br />Encostou-se na parede, ao lado da mobília cansada, respirou fundo enquanto olhava à sua volta e repetiu em voz alta a frase que estava gravada em sua mente antes mesmo de começar a ler. Suas costas nuas arrastaram pela superfície desforme, arranhando, até que seu corpo desnorteado se apoiasse no perfeito ângulo de noventa graus que o tapete fazia com o concreto que estava enfeitado com quadros. Inundado por uma solidão e por um medo que sempre o perseguia, decidiu que não faria nada além de se deixar perder ao mundo. Ignorando completamente a mentira que a princesinha lhe havia dito como últimas palavras, ela não o amava e só.Unknownnoreply@blogger.com0