domingo, 26 de julho de 2009

Meu descaso

Ando perdida nas coisas que falo, afastada do mundo em que vivo. O ano de hoje definitivamente não foi feito para mim, talvez nenhum dos anos tenham sido, talvez nada venha como bom agrado. Dispersei-me dos momentos mais prestigiosos e dei poder as falhas contidas no meu próprio desespero. Talvez tenha perdido um amigo, ou dois. É como se tudo estivesse indo para longe, os contos, as palavras, os sonhos, já não consigo organizar. Já não me acuso certa para nada. Cometi erros para estar errada, para criar ódio, para simplesmente deixar para lá. Alguém poderia me avisar o quão forte pode se tornar algo assim, o elo entre dois, o elo quase ao topo. Eu senti falta, e ainda sinto. “Mas de nada importa, eles vêm e vão, vêm e vão”, não sou fã dos descasos, tinha certa importância, e não vou encontrar mais em lugar algum. Era apenas um amigo, um amigo que evoluiu, que mudou, e meu mundo não permite. Devo estar parada no tempo, em um ciclo de cair e não tentar levantar e então cair de novo, desafiando as leis da Física, ultrapassando o solo, mergulhando em uma atroz aventura depois do ponto final. Não estou certa de mais caso algum, descaso algum. Só consigo olhar, entrar em frenesi e sumir. Deitar no chão de marfim e sonhar, como se estivesse em outro mundo, como se todo dia fosse o começo, cada pequeno dia, um novo começo. Eu diria que sou um caso experimental que não deu certo, que então é jogado de lado. “A diferença não foi muito controlada, os níveis desequilibrados, jogue ao poço e comecemos de novo”. A que não deu certo, que aos poucos se esvai com a dor mais suave que pode sentir, a mais bruta. Na certa estou errada sobre tudo, na certa ninguém há de entender o que tento dizer, mas não tenho certeza. Não conheço esse mundo, o larguei de mão há tempos e já tentei voltar, mas só me é dado poucos segundos, de resto, é apenas uma janela suja, longe demais, longe demais para se limpar.

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