segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O perpetuar invalidado.

“Propícia ou não a esta situação, não me calo.”

Divinos olhos que tão a brotar amor aos meus não se encontram, o que fazes agora? De longe enxergo que trai nossa apatia, me observa em risco, procura meu olhar — e disso me informam. Por que pestanejam teus olhos avermelhados? Não me diga que foi tomada pela dor. Arrependestes tu de bebericar alma outra senão a minha? Acho graça. Menina enfurecida, choras de raiva e de dor. Pede com os lábios cerrados que me vire de encontro a tua corrosão. Guerreia com quem me abraça, e roça ao poste tuas unhas encardidas. Foi breve teu encanto, tua voz que fascinada ria agora fria se quer calar.

Observa-me detalhadamente, gazela podre e mal amada. À esta dama dou a prova que almejastes e tentastes ter de mim, o gosto doce do desejo que dissimulei. Eu sinto pena da plena consciência que te derrubas agora. Dissestes a mim que ponderasse e comprastes um par de chifres que ao meu céu não se encaixou. Como é o reflexo de uma traição? Remorso? Estúpida. Segurastes minhas mãos e não ousei soltar, quis ser bom, fingi amar, e é assim que pensas conseguir o que quer? Ousou ridícula dramatizar uma briga. Mas de via à tua infelicidade, não sinto dor que não me é pertencente.

2 comentários:

  1. Eu sou completamente apaixonada por esse texto, não sei por quê. Parabéns, irmã!

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  2. Eu também sou completamente apaixonada por ele, *-*, obrigada bê.

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