segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Poder absoluto — de voz.

Tu e tua falsa graciosidade me fazem rir. Sempre argumentando acompanhada por uma política social, às vezes fingida. Sempre agindo como se fosse um todo, sempre gritando, sempre acendendo a luz da tua presença. Lembro-me quando estivemos brigadas, quando olhavas minha face com repentino horror.

Você é cheia de defeitos, grita demais, ri alto de mais, é exagerada, efusiva, faz coisas demais, age sexualmente demais. Conversa demais, aconselha demais. É um grande balão de excedentes.

Meu bem, é por isso que te amo. És todo grito que eu queria dar, toda a vontade de rir que eu almejo, tem toda a satisfação que eu invejo, toda a coragem que eu admiro. Tu és um eu gritante, alguém que poucas vezes se distancia. Alguém que fala, que veste a carapuça e que ama com tudo que tem.

“Não sou nada ou ninguém”

Tu vestes meus suspiros, meus medos, assombra-me com tua generosidade. É humilde como ninguém. Teus defeitos são os meus resguardados, que ninguém conhece, calados pelo meu silêncio continuo. És o berro dos meus pesadelos, minha segurança. Não é a melhor, pela lei natural do que desejamos para conviver, pela minha rotina aguada. Mas és tu, anjo meu, quem carrega a amizade presenteadora, gritas por mim, ages por mim.

Tens-me como um olhar, tenho-te como meu protesto.

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